domingo, 23 de fevereiro de 2014

Situação hídrica do Seridó é a pior dos últimos 30 anos, diz técnico do Dnocs

A situação dos reservatórios da Região do Seridó está cada vez mais crítica. A reserva hídrica atingiu nos dois primeiros meses deste ano 7,88%, segundo informações coletadas no dia 07/02. 
Os dados foram repassados pela unidade local do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, em Caicó, que monitora nove açudes da região.

Somando-se todas as capacidades dos açudes, o volume total na soleira do sangradouro caiu para 19 milhões, 697 mil, 617 metros cúbicos. A população estimada que é coberta por essa reserva é 163 mil pessoas.

“Tenho 30 anos de serviço prestado no Dnocs e nunca tinha visto uma situação igual a essa. É muito preocupante. Temos que preservar toda essa água que nós temos e a população deve permanecer consciente para a economia desse bem tão precioso e escasso na nossa região”, alertou Cícero Ferreira, técnico do Dnocs.

Os casos mais complicados são: Caldeirão (Parelhas) – 309.648m³ - 3,32%, Cruzeta – 180.611m³ - 0,77%, Mundo Novo (Caicó) – 66.718m³ - 1,85%, Zangarelhas (Jardim do Seridó) – 239.050m³ – 3,02% e Dourado (Currais Novos) – 28.936m³ - 0,28%. Estes já atingiram o volume morto e nos próximos meses, caso não haja alteração positiva, devem secar.

“A situação que era difícil pode ficar alarmante, caso não caia chuva. Nós temos os casos de Santana do Seridó, abastecida pelo açude Caldeirão, Cruzeta, pelo reservatório municipal e Jardim do Seridó, pelo Zangarelhas, que daqui a dois meses, caso não chova, vai secar. Esses mananciais já estão no volume morto e a única saída para o abastecimento nesses locais é o açude Itans, em Caicó”, disse Ferreira.

Em Caicó, a população voltou a se animar com as chuvas caídas no final da primeira quinzena de fevereiro.  Entre os dias 14, 15 e 16/02 o Itans recebeu cerca de 5cm de água, o equivalente a 125 mil metros cúbicos a mais no volume atual, o que garante um acréscimo de mais quatro dias no abastecimento da cidade.

De acordo com o técnico, “pela altura de lâmina de água que temos em relação a comporta, o Itans tem água para mais cinco ou seis meses acima do volume morto. Além disso, ainda tem mais quatro milhõe
s de metros cúbicos, que não é uma água de qualidade. Mas caso, carros-pipa retirem água para essas cidades que estão secando, a tendência é que esse tempo de duração do Itans caia para três meses”, completou. 
Texto e ilustrações encaminhados pela Comunicação Fator 4.

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