quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lula, Chaplin e Jesus (*)

Lendo segunda-feira o artigo “Homenagem à vida”, que o professor João Faustino escreveu para o “Jornal de Hoje”, deparo-me com uma citação de Chaplin: “Pensamos em demasia e sentimos pouco. Mais que de máquina, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura”.
Há quanto tempo isso foi proclamado? Precisamente, não sei. Mas, imagino, há mais de 50 anos. Como poderia ter sido há mais de 2000, pois sob a minha ótica, essas três frases do imortal Charles Chaplin      constituem um resumo muito preciso do que falou, no Sermão da Montanha, o pregador de Nazaré – Jesus.
Pois bem: Essas frases foram trazidas de volta à  nossa realidade pelo professor João Faustino, num momento muito especial e oportuno – este agora, em que o Brasil se depara com o drama enfrentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diagnosticado no sábado, dia 29, com um tumor cancerígeno na laringe.
Só Deus e o próprio Lula podem dimensionar, com exatidão, o impacto que uma realidade dessa provoca numa pessoa, por mais forte que seja. Com câncer, o mais poderoso dos humanos, sente-se um ninguém - dependente total da misericórdia divina; e da luz que essa misericórdia assegurar aos cuidados médicos que puder receber.
Junto-me aos que, neste momento, unem-se em orações e em votos de esperança pela completa recuperação do ex-presidente. Confesso: Dou graças a Deus pelo fato do presidente Lula ter condições de bancar o melhor tratamento que a medicina pode lhe proporcionar. Respeito os que pensam em contrário – afinal, cada pessoa é livre para exercer o direito de pensar e agir da maneira que bem quiser e entender.
Entendo, porém, que está nos faltando muito da “afeição e da doçura” de que falava Chaplin; como considero, também, que estamos muito esquecidos do que disse Jesus na montanha da Galileia: “Não condeneis”.
Essa posição, entretanto, nada tem a ver com uma postura omissa e de comodismo quanto à situação caótica em que se encontra a saúde pública brasileira. Pelo contrário. Contudo, sem dúvida, a solução jamais estará na condenação de quem quer que seja a que precise do SUS. Por mim, o ideal seria que ninguém precisasse do SUS.
Como precisamos, temos é que agir. De forma consciente. Com afeição e doçura. E não apenas com palavras.
(*) Comentário que assino nesta quarta-feira no NOVO JORNAL. 

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